O mundo da música estava sedento por mais dos Stones, e “Angry” não apenas atendeu a essa sede, mas também trouxe uma energia inegável e uma pitada de humor, mostrando que a banda ainda tem muito a oferecer, mesmo depois de décadas na estrada.
A Força Incomparável dos Rolling Stones
Os Rolling Stones sempre foram mestres em fazer uma entrada triunfal, e “Angry” não é exceção. Com seu riff de abertura inconfundível e cheio de energia, a música imediatamente lembra aos fãs por que eles são uma das maiores bandas de rock de todos os tempos. A comparação com “Start Me Up”, que abriu o álbum “Tattoo You” em 1981, é interessante, mas “Angry” tem uma energia ainda mais pulsante e contagiante, mesmo com o passar dos anos.
A Humanização de Mick Jagger
Uma das características notáveis de “Angry” é a performance vocal de Mick Jagger. Ele retrata vividamente a briga de um amante com exasperação e perplexidade, humanizando a figura de uma estrela do rock. A letra começa com Jagger pedindo para não ficarem com raiva dele e afirmando que nunca causou dor, mas rapidamente ele adiciona um toque de humor, mencionando que, aos 80 anos, não faz sexo há um mês. Esse toque pessoal torna a música ainda mais cativante e acessível ao público.
O Desenrolar das Relações
A música segue explorando o desenrolar de um relacionamento que está desmoronando. Na ponte da música, Jagger implora para que esqueçam dele, tentando terminar o relacionamento com dignidade, mas logo a situação se deteriora em recriminações mesquinhas. Ele até faz a jogada clássica de sugerir uma última despedida em homenagem aos velhos tempos, mas essa tentativa também fracassa. A letra é recheada de ironia e sarcasmo, tornando-a uma narrativa cativante e cheia de reviravoltas.
A Maestria Musical dos Stones
Os Rolling Stones sempre foram conhecidos por sua habilidade em transformar as influências do blues americano em algo grandioso e cheio de energia. Em “Angry”, eles fazem isso mais uma vez, criando uma música que começa com uma sensação de angústia, mas logo se transforma em uma explosão de emoção. A banda manipula habilmente os acordes, alternando entre menores e maiores, criando uma narrativa musical que reflete a história da letra, alternando entre desespero e resignação.
O produtor Andrew Watt desempenha um papel fundamental na mixagem da música, permitindo que a escuridão e a intensidade brilhem. Os graves distorcidos de Keith Richards e o piano premonitório de Matt Clifford contribuem para a atmosfera sombria da faixa. Entre os versos, Richards e Ronnie Wood apresentam riffs e mini-solos brilhantes que demonstram a diversão, a liberdade e a criatividade que ainda caracterizam os Stones após todos esses anos.
A Entrada de Steve Jordan
“Angry” também marca a primeira gravação do novo baterista, Steve Jordan, após a trágica perda de Charlie Watts. Alguns fãs podem notar a diferença na abordagem de Jordan em comparação com a lendária sensação de balanço de Watts, mas sua precisão e impacto são inegáveis. Jordan mantém a música marchando com um toque de eco que homenageia o legado de Watts, mostrando que ele é mais do que capaz de manter o ritmo dos Stones.
O Retorno da Banda
O retorno dos Rolling Stones com “Angry” é nada menos do que triunfante. A música captura a essência atemporal da banda, combinando seu estilo inconfundível com letras perspicazes e uma energia contagiante. Mick Jagger mostra sua habilidade única em retratar as complexidades das relações humanas, enquanto a banda entrega uma performance musical brilhante.
Com a entrada de Steve Jordan, os Stones continuam a evoluir, mantendo-se relevantes em uma indústria musical em constante mudança. Em resumo, “Angry” é um lembrete de que os Rolling Stones são verdadeiras lendas do rock, e seu legado está longe de terminar.