O Grande Prêmio do Catar de Fórmula 1 deste ano não foi apenas uma corrida emocionante, mas também um teste de resistência física e mental para os pilotos. Condições climáticas e desumanas, extremamente desafiadoras tornaram a corrida uma das mais exigentes dos últimos anos.
Visão embaçada, desidratação e até desmaios foram algumas das consequências que os pilotos enfrentaram durante essa corrida particularmente difícil. Vamos explorar os detalhes dessa corrida e como as condições climáticas extremas afetaram os pilotos.
As Condições Climáticas Implacáveis
O GP do Catar de 2023 foi realizado no Circuito Internacional de Lusail, e as condições climáticas eram tudo menos amenas. Os pilotos enfrentaram uma sensação térmica de mais de 40 graus Celsius e uma umidade superior a 70%. Essas condições já eram desafiadoras por si só, mas o que tornou a situação ainda mais extrema foi o fato de que os carros das equipes tiveram que ser resfriados com gelo sintético antes do início da corrida. No entanto, essa medida se mostrou de pouca utilidade diante do calor escaldante.
Pedidos de Socorro nos Rádios
Fernando Alonso, um dos pilotos experientes da Fórmula 1, fez um pedido incomum pelo rádio durante a corrida. Ele pediu à equipe que jogasse água ou algo semelhante em seu assento quando passasse pelos boxes, pois seu assento estava literalmente “queimando”. No entanto, isso não foi permitido pelas regras da competição, e Alonso teve que suportar o desconforto térmico.
O novato Logan Sargeant foi o primeiro a realmente disparar o alarme ao comunicar à equipe que não estava se sentindo bem. O chefe da equipe Williams, James Vowles, rapidamente ofereceu a opção de se aposentar, enfatizando que não havia vergonha em parar se um piloto não se sentisse bem. Apesar das dificuldades, Sargeant conseguiu terminar a corrida e chegou à sua área de boxes. No entanto, ele estava totalmente exausto e precisou da ajuda da equipe para sair do carro.
Consequências Gravíssimas
Logan Sargeant, após avaliação médica, foi liberado, mas não sem sofrer desidratação grave e fraqueza. Ele apresentava sintomas semelhantes aos da gripe no início da semana, o que mostra a gravidade das condições em que os pilotos competiram. Mesmo carregando água para beber durante a corrida, a temperatura escaldante provavelmente fez com que essa água ficasse extremamente quente e, portanto, menos eficaz na hidratação dos pilotos.
O restante do grid, com exceção de Lewis Hamilton e Carlos Sainz, conseguiu terminar a prova, mas não sem dificuldades. Ao estacionarem os carros após a corrida, ficou evidente que a maioria dos pilotos teve dificuldades para sair de seus carros. Pierre Gasly, por exemplo, teve que ser ajudado. Além disso, Esteban Ocon relatou ter vomitado durante duas voltas da corrida.
Desafios na Luta contra o Calor
George Russell, piloto da equipe Mercedes, compartilhou sua experiência durante a corrida, descrevendo como alguns pilotos abriram suas viseiras e largaram o volante em linha reta para tentar esfriar as mãos. No entanto, mesmo essa medida não proporcionou alívio significativo. De acordo com Russell, abrir a viseira era como ter um secador de cabelo quente no rosto, tornando as condições ainda mais insuportáveis.
Max Verstappen, um dos favoritos ao título, descreveu o GP do Catar como uma das corridas mais difíceis de sua carreira, e ele não estava sozinho em sua opinião. Até mesmo Fernando Alonso, o piloto mais experiente do grid, concordou que foi uma das provas mais exigentes de sua vida.
Uma Corrida de Qualificação Constante
A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e a Pirelli tomaram a decisão de limitar a vida útil de cada jogo de pneus a apenas 18 voltas durante a corrida. Isso significava que os pilotos eram obrigados a passar pelos boxes após completarem esse número de voltas. Essa gestão dos pneus não representou um problema, mas a combinação do esforço constante durante 57 voltas e das condições climáticas extremas teve um impacto significativo na saúde dos pilotos.
O GP do Catar de 2023 ficará marcado como uma das corridas mais difíceis e desafiadoras da história da Fórmula 1. As condições climáticas implacáveis testaram os limites dos pilotos, levando a visão embaçada, desidratação e até mesmo desmaios. Essa corrida serve como um lembrete das demandas físicas extremas que os pilotos de Fórmula 1 enfrentam em sua busca pela vitória e glória nas pistas de corrida. Para o próximo ano, a data da corrida foi marcada para dezembro, e todos aguardam para ver se as condições serão mais amenas.